Tradição
Traje Académico de Coimbra
O Traje Académico de Coimbra, também conhecido como Capa e Batina, tem raízes históricas profundas na tradição universitária.
Surgiu como uma forma de diferenciar os estudantes e professores da Universidade de Coimbra, tendo evoluído a partir das vestes dos clérigos, que nos primeiros séculos da universidade, tinham o exclusivo de as frequentar.
A evolução do vestuário nota-se, paulatinamente, com a abertura da frequência universitária a outras classes, tornando-se mais permeável a modas (rendas, berloques, sedas, frisados, diversos tipos de chapéus/barretes, calções…), embora fortemente balizado por critérios de sobriedade e austeridade.
A capa e a batina eram usadas para identificar aqueles que estudavam, e posteriormente, adaptado às influências da moda da época.
O traje académico é mais do que uma simples roupa; é um símbolo de tradição, pertença à comunidade académica e um reflexo da história da Universidade de Coimbra.
A adopção do traje académico era uma marca de distinção, que visava diferenciar a comunidade universitária da restante população e de outras profissões.
Evolução do Traje:
No século XVIII a “loba” – uma espécie de batina ou sotaina eclesiástica sem mangas, guarnecida na frente com duas filas de botões desde o pescoço até abaixo do joelho, junto com calção, capa e barrete redondo ou de
cantos (o gorro só em finais do séc. XVIII), – começa a ser substituída pela “abatina”, um conjunto de capa e túnica mais curta e menos dispendiosa.
A batina passa a ser utilizada com uma capa comprida, semelhante ao traje adoptado no Colégio dos Nobres e por alguns estudantes da Universidade no século XIX.
Com a República, no século XX, o traje sofreu alterações, sendo inicialmente facultativo e quase proibido, mas acabou por se manter como símbolo da identidade académica.
Elementos do Traje:
Capa: Uma capa comprida, que deve tocar o chão
quando colocada sobre os ombros, sem dobras.
Batina: Uma espécie de casaca, geralmente preta,
usada sobre uma camisa branca.
Colete: Geralmente preto, com um número impar
de botões, que devem estar todos abotoados,
excepto o último.
Gravata: Preta, lisa.
Calças: Pretas.
Sapatos: Pretos.
Outros Elementos:
Fitas: As fitas dos finalistas têm origem nas fitas usadas para prender a “pasta da praxe”.
Emblemas e Escudos: O uso de emblemas na capa é uma tradição que remonta aos anos 30/40.
Pins e Alfinetes: O uso de pins e alfinetes é comum, representando a individualidade e as conquistas académicas.

